quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O que queremos?

Durante minha vida profissional como professor, como todos os demais professores, já passei por diversos tipos de alunos. Alunos bons, outros nem tanto; Alunos preocupados, outros nem tanto; Alunos compreeciveis, outros nem tantos; Alunos sagazes, outros nem tantos e tantos "nem tantos" que cansaria enumerá-los.

Mas destes, dois ainda povoam meus pensamentos.

Numa determinada 5ª série eu tentava sacudir o garoto para que ele  estudasse mais, se esforçasse mais afinal, ele era capaz, dizia eu.
Ele então me sai com uma pérola: - Professor, meu pai tem apenas a 4ª série e é dono da metade da cidade. Para que eu preciso estudar?


Outro fato aconteceu em uma 8ª série, quando eu explicava sobre a importância de acompanharmos as ações de nossos gestores; De cobrarmos para que eles, os políticos, usem os recursos públicos em prol de todos e não apenas em causa própria ou de parentes.
O aluno então me questiona: Professor por que o senhor não se torna político para resolver esses problemas?

Com base nessas duas situações, permito questionar-me: O que eu quero afinal?
-Quero ganhar dinheiro.
Essa então é a profissão errada!

-Quero ensinar coisas e conteúdo.
Os alunos já estão cheio de informações ( mesmo que não gostemos das informações que eles já possuem!)


 -Quero revolucionar o mundo com minhas ideias.
Sem colocar-las em praticas minhas ideias não passam e palavras soltas que o vento carregam sempre para muito longe!


-Quero ter personalidade e ser coerente com o que eu mesmo digo e penso.
Estou pronto para brigar com todos e contra tudo a cada instante e em cada esquina por conta desse ideal?

O que quero ou queremos afinal?


Honestamente ainda não consegui encontra resposta para essa pergunta.
Sei apenas que não consegui muitas coisas ao longo de meus dias e de meus anos.

Não conseguir responder nem metades das indagações que eu mesmo criei;
Não conseguir massificar pessoas e pensamentos;
Não conseguir revolucionar a educação;
Não conseguir colaborar com as questões ambientais ou sindicais;
Não conseguir muita coisa.

Honestamente não sei quais foram minhas virtudes.

E nesse fim de anos, essas indagações afloram ainda mais, mas acho que só agora todas elas apresentam uma pequena porção de brilho:

Não estamos aqui para responder;
Para forjar;
Para moldar ou enquadrar. Isso é brutal e dominador.
Não é essa nossa missão!.

Estamos para colaborar; Para somar; Para mostrar possíveis soluções. Não somos heróis ou deuses!

Erramos e estamos sujeitos as mesmas leis naturais e, principalmente: É preferível perder a estar do lado dos vencedores que obtém suas vitorias atropelando a tudo e a todos.

Que 2011 traga a tranquilidade  e paciência para que todas as suas verdades se sustente e solidifiquem e, caso elas não suporte seu próprio peso, que você tenha a humildade de dizer: Lamento, eu errei!

Feliz 2011.

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