No encontro realizado pelo SINTESE sobre
a implantação do programa Alfa e Beto na rede estadual, os professores
deliberaram que o sindicato irá acionar o Ministério Público e demais
órgãos fiscalizadores sobre a forma como a Secretaria de Estado da
Educação está usando para implantar o programa.
Segundo relatos dos professores
presentes ao encontro, há um processo de assédio moral constante àqueles
que não concordam em aderir ao alfa e Beto, com ameaças de devolução a
Diretoria de Educação (DEA e DRE’s) de origem e chegando ao ponto de
ameaça de perda do emprego.
Ao contrário do que tem pregado alguns
diretores das escolas, não há nenhuma portaria obrigando o professor a
utilizar exclusivamente o programa Alfa e Beto, foi o que disse a
diretora do Departamento de Educação da Secretaria de Estado da
Educação, Izabel Ladeira, em matéria publicada no Jornal da Cidade do
dia 29 de maio.
Outra forma relatada pelos professores é
que, quem aderir ao programa receberá no final do ano uma espécie de
14º salário. Para o SINTESE esse tipo de informação é danosa, pois é uma
forma de ludibriar os educadores. Valesse ressaltar que, para pagar uma
gratificação aos professores é preciso que se aprove uma lei na
Assembleia Legislativa.
O SINTESE irá produzir um documento com o
relato dos professores para ser anexado a representação que o sindicato
irá fazer ao Ministério Público denunciando o assédio moral a que os
educadores estão expostos.
Debate pedagógico Além das questões relacionadas ao assédio moral sofrido pelos professores, o aspecto pedagógico do programa Alfa e Beto, foi discutido pela professora Lianna Torres, do Departamento de Educação da Universidade Federal de Sergipe.
Lianna fez um breve histórico do
programa Alfa e Beto, que começou nos anos 80, quando ainda se chamava
“Alfa” e foi altamente rechaçado pelos professores. Ela ressaltou que
uma das chaves para a não implantação do programa nas escolas da rede
estadual é a resistência dos professores. “Os educadores precisam
resistir a esta ‘política’ de programas e pacotes educacionais, pois
eles não contribuem para o processo de aprendizagem e ainda retiram a
autonomia do professor”, disse.
Junto com a professora Sônia Meire de
Jesus, Lianna escreveu o livro “Política pública de educação para as
séries iniciais: Estudo sobre os programas Alfa e Beto, Se Liga e
Acelera nas escolas públicas da rede estadual de Sergipe”.
Livro didático Outro dado importante que foi discutido no encontro foi a não utilização dos livros do Programa Nacional do Livro Didático que chegaram às escolas. De acordo com denúncia já feita pelo sindicato, os livros estão sendo entulhados nas escolas, para “dar espaço” aos livros do Alfa e Beto, que custaram aos cofres públicos, quase R$175 mil.
“O sindicato vai solicitar dos órgãos
públicos federais que apurem a não utilização dos livros que o MEC
enviou para escolas, além do desvio de finalidade dos recursos do Plano
de Ações Articuladas que estão sendo usados para comprar livros sem o
conteúdo de caráter regional”, disse Roberto Silva dos Santos, diretor
de Comunicação do SINTESE.
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quinta-feira, 10 de junho de 2010
SINTESE acionará o Ministério Público sobre prática de assédio moral pela SEED
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